quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Morte no mar

Vem ao longe a embarcação
Trazendo as sobras do mar
Trazendo a dor do penar
Piratas não devem chorar
Piratas não têm coração
Vejo de longe a solidão
Dos que não têm para quem voltar
Daqueles que voltam do mar
Daquele que trazem maldição
Vejo os que enlouquecem
Antes que cheguem à areia
Perdidos por tantas sereias
Por monstros ferozes do mar
Vejo também os que esquecem
Que têm uma vida terrestre
Preferem ficar em prece
Esperando ao mar voltar
E o mar os chama, de fato
Como quem pede um ultimo ato
Como quem busca um olhar
Como quem prevê um naufrágio
Com o qual os quer matar
E eles que sabem disso
E voltam ao mar "por isso"
Voltam por tanto amar
O mar...
E sabem os perigos e delicias
Que escondem as águas do amar
Dos sonhos com falsas caricias
Para as mentes perturbar
Sabem que o mar está sempre
A ofertar a morte
Que não há rumo a frente
Nessa bussola sem norte
Nessas noites tão sem sorte
Que mal conseguem pescar
Mas são piratas bravios
Corajosos ao amar
Carregam em seus navios
Um pouco de cada penar
Chegam a ser doentios
Mas querem morrer no mar



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